sábado, 5 de dezembro de 2009

POUPE CO2 NO ÔNIBUS

Diretora Instituto Ruaviva

Quando muitas pessoas precisam se locomover na mesma direção, a idéia de dividir um veículo grande em vez de viajar em carros separados faz parte do senso comum. Um ônibus tem motor maior que um carro e, portanto, emite muito dióxido de carbono. No entanto, mesmo conduzindo poucos passageiros, proporcionalmente as emissões por pessoa são bem menores que em um automóvel.Um simples ônibus a diesel chega a fazer cerca de 2 quilômetros por litro de combustível e emite cerca de 1.300 gramas de dióxido de carbono por quilômetro. Mesmo com apenas 20 passageiros, isso equivale a apenas 65 gramas por pessoa para cada quilômetro viajado, muito menos que a média dos carros que é de 169 gramas por quilômetro. Em um ônibus com 75 passageiros, cada pessoa corresponde um total de emissões de 17 gramas por quilômetro. De ônibus é melhor· Podemos ler;· Ficamos menos estressados, quanto mais pessoas resolverem ir de ônibus, menos congestionamentos teremos nas cidades;· Podemos usar o celular, mas sempre falando em voz baixa;· Ficamos mais magros por conta daquela caminhada para o ponto;· Podemos até tomar uma taça de vinho antes da viagem;· Conhecemos pessoas;· Ouvimos música.Peça por um bom serviçoO transporte público coletivo e os transportes não motorizados devem ser adequados aos seus usuários, devendo ser priorizados sobre os veículos particulares. As cidades bem servidas com transporte público têm menos proprietários de automóveis. No centro de Londres, menos da metade das famílias possui carro e mais de 5 milhões de pessoas tomam ônibus todos os dias. Quanto mais carros menos pessoas no transporte público e, quanto menos passageiros mais cara fica a tarifa.Direito à CidadeA malha viária das cidades não comporta todos os veículos simultaneamente, bastando tão somente 15% da frota para criar congestionamentos na cidade de São Paulo. Também a contínua expansão da malha viária não é possível. Hoje em dia, as pessoas nos carros enfrentam congestionamentos seja qual for a alternativa de trajeto que escolherem. Mas, o que não pode ocorrer no transporte público é um atendimento de má qualidade com descumprimento dos horários. Nas atuais condições, alguém deixaria o carro particular na garagem para viajar até São Paulo? Só mesmo se fosse um simpatizante do Greenpeace! Difícil enfrentarA publicidade gerada pela indústria automobilística nos induz a pensar que “pegar ônibus” tem a conotação de quem não venceu na vida. No mais, trânsito é assunto comum de um discurso intransigente das classes médias, que querem agilidade, espaço, nem que para isso seja preciso derrubar praças, monumentos históricos e bosques.A prioridade ao transporte público por ônibus tem se mostrado eficiente quando este é segregado nas vias, com sinalização específica, possibilitando um aumento na sua velocidade, um menor custo operacional e um ganho na confiabilidade e regularidade dos serviços.Infelizmente, o que vemos hoje são as administrações públicas priorizando o automóvel e a sua fluidez, até mesmo favorecendo sua aquisição contribuindo diretamente para o aumento dos congestionamentos, do número de acidentes, da poluição e do estresse, em detrimento da visível precarização do transporte coletivo.

Cristina Baddini Lucas-especialista em trânsito, Consultora do Diário.
Entre em contato através do e-mail:cristinabaddini@dgabc.com.br e visite o blog: http//www.olhonotransito.blogspot.com

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Dandara em luta pela reforma do PL 728/09

Fonte:
http://brigadaspopulares.blogspot.com/2009/12/dandara-em-luta-pela-reforma-do-pl.html



A Ocupação Dandara marcou presença ontem (03/12)na Câmara Municipal de Belo Horizonte para pressionar os(as) vereadores(as) pela reforma do PL 728/09 enviado àquela Casa pelo Prefeito Márcio Larceda (PSB). O referido projeto possui inúmeras inconstitucionalidades e criminaliza a luta dos movimentos urbanos (art. 13).

Pela terceira vez, apenas com relação a esse projeto, os(as) vereadores(as) boicotaram a votação da pauta. Diante da falta de respeito com o povo, as 150 pessoas presentes decidiram ficar na Casa por tempo indeterminado. Houve princípio de tumulto e agressão por parte dos seguranças da Cãmara que, como em outras ocasiões, demonstraram total despreparo.

A Presidente da Casa, Vereadora Luzia Ferreira, impediu a entrada de comida para os manifestantes que incluiam várias crianças e idosos. Um ônibus com moradores da Ocupação Camilo Torres também foi impedido de entrar na Casa.

Por volta das 20:30 horas, com a chegada do Batalhão de Choque, foi feito um acordo com a Diretoria da Casa. Ficou acertado que a Câmara iria contratar os ônibus para os manifestantes retornarem para sua comunidade e, como forma de reparação pela ida frustrada, a Câmara arcaria com os ônibus para que as pessoas pudessem retornar hoje (04/12) e acompanhar a votação do Plenário.

Esperamos que os(as) vereadores(as) de Belo Horizonte assumam o compromisso que lhes foi outorgado pelo povo de Belo Horizonte e votem os projetos de interesse da população. Nesta semana, não houve votação na Casa em nenhum dia. Por outro lado, está cogitada a realização de reuniões extraordinárias durante o mês de dezembro que serão pagas pelo bolso do contribuinte.

Pela moralização da Câmara Municipal de Belo Horizonte!

Pela rejeição do art. 13 e outras inconstitucionalidades do PL 728/08!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A Arquitetura sob os Pontos de Vista do Mercado, da Academia e dos Usuários

Este texto originou-se de um trabalho acadêmico, e não tem uma forma acabada de um artigo ou nada parecido. Portanto, suas fontes são difusas e o objetivo é meramente o compartilhamento de idéias.

http://gialuca.blog.uol.com.br/images/arquiteta.gif



A produção arquitetônica sob o ponto de vista:

1-O mercado de arquitetura

Existem, a priori, duas grandes divisões nas formas de se atuar em arquitetura: Arquitetura à maneira do ensino na Universidade, com a cisão entre vivência e atuação profissional, e a outra: deixando-se de lado tudo o que foi aprendido e colocando o conhecimento em função da vida, e a vida em função de um trabalho mais humano. A cisão aludida acima é uma regra em nossa sociedade, onde temos, por exemplo, cidadãos que, na vida, se posicionam em favor do meio-ambiente, mas exercem um trabalho maléfico para o mesmo. Por isso, em constante contradição.



Portanto, no mercado de arquitetura temos aqueles que conservam o saber técnico como exercício de poder e outros que, mesmo sem saber concordam com Sérgio Ferro quando este diz que a produção da arquitetura é próxima ao saber operário, semi-artesanal, manufatura. E impressiona quando diz que a arquitetura poderia ser a mais radical das formas de arte, pois seus produtores possuem uma liberdade que poucos compreendem, e em diálogo, poderiam criar transformações substanciais no mundo.

Regra geral, a arquitetura é vista como território para especulação e predação do meio-ambiente em favor de interesses particulares. A cidade, para esses predadores, é o terreno onde tudo pode desde que dê lucro. Tudo o que fazem é agir dentro da lei, que respalda todo tipo de especulação, não importando o que pode resultar daí.






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2-Produção acadêmica

Considerando que “produção acadêmica” seja o ensino de arquitetura, pensamos que, no geral, os cursos superiores também têm seu valor de troca, isto é, as pessoas fazem faculdade para obterem um retorno, para ascenderem de posição, se tornarem independentes. Visto isso, a ênfase na capacitação para a produção de mercadorias está implícita inclusive em cursos onde isso pareceria difícil de acontecer. Lembrando que a crítica restrita ao campo da academia corre o risco de se tornar inócua, já que as universidades respondem a uma lógica mais geral, que é a do capitalismo. A transformação das coisas em mercadorias, incluindo o conhecimento, a força de trabalho, e até o tempo é uma regra desse sistema que se iniciou quando os excedentes de produção passaram a servir à acumulação.


Mercadoria do arquiteto: Só intelectuais capacitados podem projetar o espaço.
http://ganimiarquitetas.vilabol.uol.com.br/projetos/projeto_fachada.jpg


No caso da arquitetura, essa mercadoria se cristaliza na figura do desenho, e também envolve a capacidade de articular os vários agentes produtores do espaço, e todo esse processo é separado e aglutinado novamente no desenho. As técnicas necessárias à elaboração do desenho são dominadas somente pelo arquiteto, possibilitando geração de renda, em função da submissão do canteiro, de forma a criar um trabalho alienado e que impossibilita a emancipação. Em resumo, um processo autoritário e vertical.

O texto nos lembra que, nas vésperas do golpe de 1964, havia um movimento interessante dos arquitetos, estudantes e assistentes sociais rumo às favelas e periferias, na tentativa de estabelecer um diálogo calcado nas práticas cotidianas, um verdadeiro exercício antropológico visando resultados práticos favoráveis à questão habitacional. Essa prática foi reprimida pela ditadura, pois funcionavam em regime de desidentificação com o aparelho do Estado, e além disso, demandava mais recursos para políticas sociais.




Favela: nem os intelectuais capacitados conseguem entender
http://www.ephphata.net/images/favela-bresil2.JPG


Esse fato histórico ajuda a compreender uma das atuações do Estado em relação às práticas não aprovadas pelo mesmo, de forma a manter tudo mais ou menos em seu lugar. O que não justifica que, tanto tempo após o início do processo de redemocratização, não tenhamos revisto essas possibilidades. É intrigante verificar que, em cinco anos de ensino de arquitetura, somos tão pouco encorajados a conhecer nossas favelas e periferias. Já sabemos que o aprendizado mais eficaz de uma lógica de vivência diferente da nossa é vivendo junto. Já que não é possível se mudar para a favela, seria absolutamente necessário criar pelo menos algum tipo de vínculo com esse território estranho, esse outro mundo no qual nos achamos capacitados a intervir. Se aprender a fazer arquitetura é aprender a fazer coisas construídas, como podemos não dar ênfase absoluta na questão habitacional, já que esse é de longe o maior problema que a arquitetura tem nas mãos. E seguimos insistindo em tentar fazer coisas bonitinhas a la Casa Cor, ou invejar como Frank Gerry e suas esculturas habitadas. Claro, dá mais dinheiro!

3-Usuário do espaço habitado.

Se estivermos falando de usuário pobre, essa relação se dá no âmbito da luta por moradia. Também no âmbito da autoconstrução, do do-it-yourself, dos mutirões auto-geridos, que caminham entre a luta contra a ordem e a necessidade de recursos públicos. Entre a militância e a cooptação; entre a politização num espaço de experimentação e a alienação e os riscos geológicos;

Se esse usuário for ainda mais pobre, o espaço habitado por ele é a cidade, por isso ele precisa lutar por um espaço em sua própria casa. Gostaria de citar um fato que aconteceu comigo ao participar de um evento sob o viaduto de Santa Tereza (BH), onde várias bandas barulhentas já haviam tocado. Lá pelas tantas, e durante mais uma banda, acorda um mendigo e grita: “cadê meu copo?”. Senti em sua voz um tom de ordem, como diria alguém que vê sua casa invadida por uma festa e acorda reivindicando o direito de participar. Esse fato foi um divisor de águas em meu raciocínio sobre os moradores de rua. A rua é seu lar. Portanto, a relação do morador de rua com o espaço habitado, para além de agregar a confusão entre público e privado que é praxe na sociedade brasileira, é de junção dessas duas noções. O público é privatizado (por exemplo, quando ele vai dormir em algum canto), e se torna público novamente, pela manhã.

Agora, se falamos do usuário que tem condições de pagar por um teto formal, temos uma relação com o espaço habitado que é de proteção, conforto, convivência privada, onde tudo acontece de forma diversa da rua. De preferência a casa deve se assemelhar a uma prisão, no que diz respeiot à dificuldade de se entrar sem autorização (na prisão, o inverso).

Via de regra, toma-se mais cuidado com a limpeza, por exemplo, o que não acontece quando se sai às ruas. O habitante formal padrão sai de casa e já começa a poluir o ar, com seus automóveis, que também servem de microcosmo protegido dos males da pobreza, assim como sua casa. Lugar e papel e cigarro é sempre no chão da rua.

Na hora da comprar a moradia, esse habitante geralmente acredita ter poder de escolha, dentro de sua condição financeira, claro. Mas no fundo ele sabe que pela mesma quantia poderia obter algo melhor. A insistência desse público em achar que não necessita de um arquiteto para construir sua casa na verdade é um sintoma do processo de projetação onde técnica é poder. Isso porque persiste o sentimento de que “não é possível que um desenho valha tanto dinheiro, e não é possível que um engenheiro, construtor de fato, não saiba fazer esses desenhos”.

Arquitetura Livre, Projeto Contínuo e Copyleft na arquitetura

Este texto partiu de considerações sobre o texto de Silke Kapp e Ana Paula Baltazar dos Santos, intitulado Arquitetura Livre, Projeto Contínuo.

Kapp e Baltazar dos Santos levantam a questão da autoria no projeto arquitetônico, lembrando que a primeira patente foi criada por Fillipo Brunelleschi, pelo projeto de um navio, em 1421. Daí surge a identificação da arquitetura como trabalho autoral de caráter intelectual, isto é, não resulta em construções, mas desenhos de arquitetura.

A produção do projeto arquitetônico cristalizou-se de forma a dividir o processo em demanda, projeto, construção e uso, em que o arquiteto detém a autoridade intelectual de todo o processo, se tornando o separador das várias etapas, e de aglutinador, através desse documento legitimador da organização nos canteiros de obra.

Os autores do texto denunciam o atrofiamento verificado na fase de entrega da obra para o uso, devido às limitações causadas por essa forma de produção. Os acontecimentos que escapam a essa lógica são vistos como ruídos, já que o arquiteto não os previu, e vê nisso um risco em relação a seu poder de decisão, que, afinal de contas, é remunerada.

Por outro lado, o texto aponta para uma produção aberta a “interferências”, que corre em paralelo a essa outra hegemônica, com princípios éticos semelhantes aos dos softwares livres. E lembra que essa produção nada tem de novo; basta olhar para qualquer favela brasileira, territórios onde a regra é a construção das moradias por seus próprios habitantes. Claro que nesse caso a lógica é invertida, já que seria desejável que essa produção fosse assessorada por profissionais.

Produção livre:

Um exemplo de inclusão dos usuários na produção é de autoria do arquiteto holandês Gerrit Rietveld (1888-1964). Sua produção de móveis foi feita nos moldes do do-it-yourself, e até hoje tem sua reprodução e modificação liberados.

O caráter autoritário potencializado no segundo pós-guerra influenciou a produção de Yona Friedman, que experimenta a elaboração de projetos habitacionais por seus moradores. A “arquitetura móvel” preconizada por ela é destinada à mobilidade social dos habilitantes a partir da possibilidade da reorganização contínua do espaço arquitetônico, privado e urbano. A metáfora da curva que representa a velocidade, a dimensão temporal, destinada à contemplação na arquitetura espetacular e escultural é rechaçada por Friedman, em defesa dessa nova forma de se lidar a questão do tempo/espaço, isto é, defesa da mobilidade, defesa da cidade criada para as pessoas, para organizações sociais em constante mutação. Questão muito oportuna em tempos de centenário de Oscar Niemeyer, novo centro administrativo em Belo Horizonte (não consigo me lembrar de exemplo mais evidente de arquitetura excludente, tanto pela localização quanto pelo projeto em si) e Frank Gerry.

Os autores do texto defendem, de forma bastante oportuna, a instituição do copyleft dos produtos advindos da arquitetura, o que permitiria a livre modificação dos desenhos e dos espaços, sem que nada seja apropriado autoralmente, para fins de mercado. Isto porque a figura do arquiteto deseja manter para si o poder de decisão, sem que de fato isso seja possível, dados os “ruídos” e “interferências” que acontecem durante e após o processo de produção, que não passam de uma constatação da flexibilidade inerente ao ser humano e aos processos sociais.



Spatial city – crítica da forma convencional de expansão urbana excludente e proposição de uma superestrutura que permitiria uma expansão sem ruptura entre centro e subúrbio.




Centro Administrativo de Minas Gerais – Ex prefeito de BH, Fernando Pimentel e (???).
Arquitetura excludente – saída da sede do poder do coração da cidade para um local inacessível e nada convidativo às manifestações populares.



A amplidão do entorno e a atmosfera privativa do projeto abafariam a voz de possíveis manifestantes e desencorajariam a permanência das pessoas.


La Meme, Lucine Kroll (1970-78)
Grupos de estudantes participaram do processo, e Kroll só começou os desenhos quando todos os conflitos estavam resolvidos.










sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A falsa slução das obras viárias

Grandes obras viárias são vendidas para a população como a solução ao problema de mobilidade urbana. Longe de ser a verdade, o alargamento de vias urbanas tem consequências extremamente negativas, como a ruptura da malha urbana, inviabilizando a permanência de moradores em suas comunidades.

essa imagem é do pessoal do Azucrina, de BH, que fez intervenções nas áreas demolidas da Av. Antônio Carlos, enquanto centenas de casas eram demolidas para a passagem de novas pistas de carro.

http://www.flickr.com/photos/azucrina/3209776257/in/set-72157612952749398/

A falsa solução que contempla as grandes construtoras com muito dinheiro público, só serve para superdimensionar os engarrafamentos, já que nos dois extremos da nova Avenida, encontramos um gargalo. Estou certo nossos governantes sabem muito bem que a solução passaria por melhorias no transporte público, bem como ciclovias. O problema é que o lobby das empreiteiras junto aos vereadores, deputados etc é mais forte que a vontade dos bem-intencionados.

Este texto ( http://ruaviva.blogspot.com/2009/10/uma-prioridade-equivocada.html ) é do blog Rua Viva, e fala sobre o futuro alargamento das marginais do Tietê, e aborda também a questão do aumento da impermeabilidade causada pelo asfaltamento, o que causa enchentes. Para mais informações sobre impermeabilidade urbana e enchentes ver http://www.studiotoro.org/.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ocupação Dandara e Camilo Torres lutam contra inconstitucionalidade de projeto de Lei da Prefeitura de BH

fONTE: http://ocupacaodandara.blogspot.com/2009/10/ocupacao-dandara-e-camilo-torres-lutam.html

Na última terça-feira (13/10), cerca de 150 moradores e apoiadores das Ocupações Dandara e Camilo Torres participaram de audiencia pública na Câmera Municipal de Belo Horizonte (CMBH), sobre a inscontitucionalidade do artigo 13 do projeto de Lei 728/09, enviado pelo prefeito da capital, Márcio Lacerda. O artigo, que regulamenta o Programa Minha Casa Minha Vida em BH coloca que “as famílias que invadirem áreas de propriedade pública ou privada a partir da data de publicação desta Lei não serão contempladas pela mesma.” Assim, o dispositivo fere o princípio da igualdade previsto no art. 5º da Constituição da República: todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
No final do dia, representantes das Ocupações se reuniram com a presidente da CMBH, vereadora Luzia Ferreira, que se comprometeu em acionar os vereadores da comissão responsável por acompanhar as duas ocupações com objetivo de agilizar o processo de negociação pacífica. De acordo com o militante das Brigadas Populares, Joviano Mayer, todos esperam o compromisso do legislativo municipal quanto à resolução dos conflitos urbanos e quanto a não aprovação do art. 13 do PL 728/09, pois ele em nada contribui para pacificar esses conflitos. “A busca de soluções passa pelo diálogo e pelo respeito aos direitos fundamentais”,afirma.
Um parecer jurídico e político foi criado por representante das Brigadas Populares e apoiadores das ocupações, no sentido de apresentar a negação do artigo 13 e também a revisão de outros artigos. Acesse aqui o documento! .

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sustentabilidade nos automóveis do futuro

Nesse vídeo produzido pela Discovery Channel, são apresentadas várias alternativas de tecnologias para automóveis, que já existem e que não perdem em nada para os carros tradicionais. Não há mais desculpas para a permanência do modelo vigente de locomoção sobre rodas, que prescinde da queima do petróleo para existir. Existem energias limpas que não são postas em prática devido a interesses econômicos.

http://www.discoverybrasil.com/experiencia/contenidos/carros/

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Okupas mudam-se para o bairro de Margaret Thatcher










Um exemplo interessante de cupação urbana, em Londres, do grupo OKUPAS. O lema repetido por eles é Tanta casa sem gente, tanta gente sem casa, aliás, bem familiar por aqui também. Uma das questões que justificam esse pensamento, em Londres, são as mortes decorrentes do frio.








O que faz dessa cupação algo curioso é o valor das propriedades do entorno, que chegam a 20 milhões de Euros. Margartet Thatcher mora por ali.









Projeto Comuna Urbana Dom Helder Câmara (MST-SP)


Talvez a mais interesante experiência de obra habitacional gerida por movimentos urbanos em andamento, na contra-mão das soluções propostas pelo poder público. A própria comunidade toma as decisões e administra as obras, financiadas a fundo perdido. A idéia é uma comunidade auto-sustentável economicamente, através de cooperativas de trabalho, um sistema que tem a qualidade de organizar a economia em torno da comunidade.




Ninguém será "titulado" com a propriedade do imóvel, pois, por decisão do movimento, o terreno continuará público e as famílias terão concessão de direito real de uso coletivo – uma vez que a conquista é fruto da iniciativa do grupo e não do indivíduo isolado.


Portanto, uma iniciativa interessante em muitos sentidos, que efetivamente representa uma luta contra o grande negócio das habitações, que envolve desde lobbys dos especuladres junto a vereadores, deputados e prefeitos, a imensos desvios de verba e todo tipo de corrupção, gerando verdadeiras anomalias habitacionais que não cumprem seu papel.




terça-feira, 1 de setembro de 2009

Viação Campo Limpo e PMSP despejam Ocupação Olga Benário na zona sul de São Paulo - fonte:CMI




Nesta segunda-feira, dia 24, mais 570 famílias sem-teto foram despejadas violentamente da ocupação Olga Benário, na zona sul de São Paulo. A ocupação, organizada desde 2007 pelo Fórum de Moradia e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, é localizada na rua Ana Aslan, nº 9999, Parque Do Engenho.
O despejo violento começou às 7h: em meio a tiros de balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. Os moradores e moradoras indignados/as erguiam barricadas e ateavam fogo em carros e barracos, procurando resistir à desocupação enquanto as casas de alvenaria eram covardemente derrubadas por uma retroescavadeira enviada pela proprietária do terreno.
Duas pessoas foram detidas, acusadas de atirar rojões contra a Tropa de Choque, segundo a PM. No total, cerca de 250 PMs do 37º Batalhão, da tropa de choque, da Força Tática e da Rocam estiveram no local, além do helicóptero da PM.
O terreno de 14 mil metros quadrados pertence à Viação Campo Limpo LTDA, que conseguiu na justiça a ordem para a reintegração de posse. A empresa está envolvida em escandâlos de sonegação de impostos e envio ilegal de dinheiro ao exterior, possui dívidas junto ao INSS e ao Banco América do Sul de mais de R$7 milhões.
De acordo com a coordenadora do movimento, Felícia Mendes, durante os dois anos de trabalho no acampamento a coordenação tentou negociar saídas com a proprietária do terreno e com os poderes públicos municipal, estadual e federal. "Lutamos para que terrenos ociosos de devedores do poder público se transformem em moradia popular", afirma.



Em nota o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), informou que as famílias pretendem realizar uma ocupação em praça pública após a reintegração -- móveis e pertences dos desocupados estão espalhados pelos arredores do terreno. O grupo reivindica atendimento emergencial pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo informou em nota, que propôs, no dia 4 de agosto, uma ação civil pública para suspender a reintegração de posse e inserir os moradores da comunidade em programas habitacionais. Segundo o órgão, antes de ser habitado pelas famílias, o terreno estava desocupado há mais de 20 anos, servia de depósito de lixo e era usado para prática do crime de estupro. A liminar da Defensoria foi negada pela 6ª Vara de Fazenda Pública.
O defensor público Carlos Henrique Loureiro informou que a área reintegrada nesta segunda é uma Zona Especial de Interesse Social 2, de acordo com o Plano Diretor de São Paulo. Isto significa, segundo a Defensoria, que o local é inutilizado e deveria servir para a construção de moradia popular. "Ressalte-se que, dentre as 800 famílias, existem cerca de 300 crianças, que, inevitavelmente, com o cumprimento da liminar, não terão para onde ir e ficarão alojadas na rua", afirmou o defensor, em nota. -Da folha de SP.
Entenda parte da máfia dos transportes e a boa conduta da Viação Campo Limpo ao longo dos anos.Em matéria da Revista Época de 03/06/2003 consta que: "A Viação Campo Limpo pertencia ao Grupo Baltazar, do empresário Baltazar José de Souza, dono de várias empresas no ABC. Segundo o Ministério Público, a viação atualmente está sob controle do grupo Niquini, do empresário Romero Niquini, que atua em São Paulo. A Viação Januária está na lista de inadimplentes da Previdência e está com bens bloqueados pela Justiça.
A Polícia Federal descobriu que duas empresas de ônibus de São Paulo enviaram mais de US$ 12,5 milhões ao exterior entre 1996 e 1997 e suspeita de lavagem de dinheiro usando o esquema Banestado. As remessas feitas pelas viações Januária e Campo Limpo apareceram em cruzamento de dados feito pela Promotoria da Cidadania, membro da força-tarefa que investiga crimes praticados por sindicatos e empresas de ônibus. As empresas pertencem a um grupo formado por empresários da capital paulista e de Santo André que devem cerca de R$ 259 milhões ao INSS.
Os grupos que controlam as empresas de ônibus em São Paulo já estavam sendo investigados pela procuradora do INSS Sofia Mutchnik. Ela apurou que os grupos Baltazar/Niquini, Belarmino, Constantino e Ruas, além das empresas independentes devem cerca de R$ 2,5 bilhões para a Previdência."
No ano de 2002, o empresário Romero Niquini que também atua no ramo de limpeza urbana, segundo a Folha de São Paulo herdou, em seis meses, quase R$ 70 milhões em contratos para serviços de limpeza em duas capitais administradas pelo PT.
No ano de 2003 com a Crise do Tranporte em São Paulo muita coisa veio a tona, demonstrando o envolvimento em corrupções, sonegações e irregularidades das empresas do Grupo Romero Niquini e os demais grupos da máfia dos transportes, o que fez a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) descredenciar a Viação Campo Limpo do quadro de empresas que atendem a Região Metropolitana de São Paulo e o Tribunal de Justiça de São Paulo conceder liminar para arrestar os bens de viações do empresário Romero Niquini.
No ano de 2006 a Secretaria dos Transportes Metropolitanos cassou linhas da Viação Campo Limpo - "A penalidade de cassação do conjunto dos serviços delegados à Viação Campo Limpo é resultado de apuração realizada por uma Comissão da STM e da EMTU/SP, que concluiu ser a empresa incapaz, econômica e tecnicamente, de prestar o serviço de transporte à população. Foram constatadas deficiência na operação das linhas e prática reiterada de infrações graves, constantes na legislação disciplinadora dos serviços metropolitanos de transporte coletivo por ônibus." Fonte: EMTU
O mesmo empresário, aparece envolvido novamente em suspeitas licitações sobre o lixo na Cidade de São Paulo, dessa vez com a empresa sócia majoritária da Construfert, Lerom Empreendimentos e Participações, sociedade constituída em Belo Horizonte, numa parceria entre Romero Niquini e Leonardo Niquini.
Uma empresa com esse currículo pode solicitar a reitegração de posse de um terreno e colocar cerca de 3000 pessoas na rua, para quem sabe dar uma finalidade como essa ao terreno.